Câmara de Sumaré cria medalha “PLÍNIO GIOMETTI” aos empreendedores(as) de destaque
Pessoas empreendedoras possuem um papel importante na geração de empregos e riqueza para um município. Além disso, a sua criatividade abre leque maior de opções para a população, seja na
contração de novos serviços, como na compra de produtos que facilitam o dia a dia.
Por isso, em reconhecimento da suma importância destas pessoas, o Vereador Andre da Farmácia propôs uma honraria batizada de “Medalha Plínio Giometti” na sessão ordinária da Câmara Municipal de Sumaré do dia 22/03/2022, a qual foi aprovada por unanimidade por todos os vereadores.
A indicação dos homenageados será realizada pelos vereadores da Câmara Municipal de Sumaré com antecedência de 30 (trinta) dias da data da Sessão Solene. Os homenageados receberão a “Medalha Plínio Giometti” e Diploma durante a solenidade.
A honraria foi batizada de “Medalha Plínio Giometti” em homenagem ao empresário, proprietário da extinta empresa Textil Gifran de Sumaré. Plínio começou com uma farmácia, no entanto, sua principal empresa foi a Gifran – Razão Social de Giometti, França & Cia. Ltda., a maior do ramo têxtil em Sumaré, com expressão nacional. Ela comercializava seus tecidos por todo o país. Além disso, seu escritório ficava na esquina da Rua Antonio do Valle Mello com a Rua 7 de Setembro.
O ILUSTRE CIDADÃO DE SUMARÉ
Plínio Giometti nasceu no antigo Arraial de Souzas – atual distrito de Souzas, no dia 12 de fevereiro de 1910, filho de Carlos GiomettI e de Elvira Caffanhi Giometti.
Fez o primário do grupo escolar do Arraial e o curso ginasial em Campinas, no Colégio Ateneu Paulista. Formou-se Farmacêutico em Itapetininga- S.P, turma de 1930, na mesma escola em que seu irmão Gino Giometti se diplomou. Casou-se com Maria Aparecida Pinto Giometti, a “Dona Tita”, em 27 de Novembro de 1935. Teve apenas dois filhos: Plínio Giometti Júnior e Antonio Carlos Giometti.
Mudou-se para Rebouças em 1931. No mesmo ano, o irmão Gino, comprou a farmácia de Militino de Toledo Martins, que tinha o nome de fantasia de “Farmácia São Geraldo”. Plínio foi trabalhar junto com ele. Nessa época, ser farmacêutico dava à pessoa um status especial, equivalente ao de um médico. Era uma coisa natural, porque os lugarejos, na sua grande maioria não possuíam médicos. Rebouças, um acanhado distrito de Campinas, não era exceção à regra, onde faltavam médicos para minorar os sofrimentos da população.
GIFRAN
Mas, seu espírito bairrista, foi mais além. O propósito de fixar residência em Rebouças foi altamente benéfico para o lugar: montou uma tecelagem em 07 de Agosto de 1940, a título experimental e oficialmente em 01 de Outubro do mesmo ano, sob a denominação de “Textil Elvira”. Naquela época existia somente a tecelagem de Thomaz Didona e Vitório Panzan. Plínio, já carregando nas veias o espírito empreendedor e estimulado por antigos moradores, como Marcelo Pedroni e Oreste Ongaro, reuniu seus irmãos, inclusive seu cunhado Justino França, e ampliou a fábrica, num terreno localizado na esquina das atuais ruas Justino França e José Maria Miranda. A razão da nova empresa passou a ser Giometti, França & Cia. Ltda. e GIFRAN o seu nome de fantasia. Ela se tornaria, em poucos anos, a maior empresa de Rebouças-Sumaré, com várias filiais instaladas pela cidade. Foi a firma que mais empregou pessoas, depois da multinacional 3M do Brasil. Seus produtos eram vendidos para diversos estados da federação.
Para exemplificar, muitos sumareenses que viajavam a passeio ou a negócios em São Paulo ou Rio de Janeiro compravam tecidos bons, bonitos e baratos e de muita qualidade. Ao chegar a Sumaré, mostravam aos seus familiares, orgulhosos, a etiqueta “Têxtil Gifran – Sumaré”.
Em 1960 se tornaria fundador e sócio da Texcolor S/A Beneficiadora de Tecidos. Foi uma sociedade entre empresas de Sumaré e Campinas: as empresas Gifran, F. Salim, Cury, Zakia e Irmãos Mokarzel.
SUBPREFEITO
Plínio foi subprefeito de Rebouças de Janeiro à Junho de 1939, quando naquele período eram prefeitos de Campinas o Dr. Euclides Vieira e Joaquim de Castro Tibiriçá. Pediu demissão do cargo porque estava cansado de pedir melhoramentos para o local e nada conseguir. Posteriormente, assumiu a chefia do executivo Campineiro o Dr. Luiz Tela, que convidou-o a continuar no cargo. Plínio, recusou-se pois não desejava ter somente o nome de subprefeito e nada poder fazer em benefício da cidade. O orçamento consignado para o distrito, era de apenas N$ 6.000,00 (seis contos de réis) importância irrisória para atender as várias reclamações dos moradores.
Procurou daí em diante o interesse da tecelagem, mesmo sabendo que o emprego de seu dinheiro nesta localidade poderia ser menos valorizado, se aplicado em outra cidade, maior e mais progressista – como Campinas.
Plínio foi um dos incentivadores da fusão do Clube Recreativo Aliança com Grêmio Esportivo Paulista, que resultou na criação do Clube Recreativo Sumaré, em 1950. A assembleia que criou o novo clube aconteceu no prédio onde funcionava a tecelagem de Didona & Cia., na Avenida 7 de Setembro.
Participou do movimento de Emancipação de Sumaré, numa posição pacificadora, qual seja, a de unir forças políticas em torno de uma só pessoa, – desejo que não foi alcançado. Em 1953 foi instalado um aparelho de som no então Bar Paulista, para entrevistarem transeuntes, indagando da conveniência ou não da separação política do município de Campinas. O resultado disso foi a coleta de 182 assinaturas para determinação do plebiscito. Em 03 de dezembro de 1953, através da lei 1037 a Câmara e a Prefeitura Municipal concordaram com a realização do plebiscito que aconteceu no mesmo mês. Em 30 de dezembro de 1953, Sumaré foi elevada a Município pela lei 2456.
O CIDADÃO
Plínio foi um grande batalhador, um homem de visão e importante industrial. Com essas qualidades foi convidado pelo prefeito João Smânio Franceschini, em 1967, para ser presidente da comissão da organizadora dos festejos de 1º centenário de fundação da cidade Sumaré, que aconteceria no ano seguinte. Essas festividades são lembradas até hoje, pela qualidade dos eventos e pela projeção que Sumaré ganhou no cenário nacional.
Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados a Sumaré, foi agraciado pela Câmara Municipal com o titulo de Cidadão Sumareense, através da Resolução 38 de 11 de novembro de 1968. Também ganhou um nome de rua em nossa cidade, o mesmo acontecendo no distrito campineiro de Souzas.
Rotariano, recebeu a medalha Paul Harris , do Rotary Clube de Campinas, pelos serviços prestados ao clube e à comunidade campineira. Foi membro da Comissão para a construção do Estádio Brinco de Ouro da Princesa, do Guarani Futebol Clube. Também foi membro da comissão de arrecadação de fundos e construção da Maternidade e de Campinas, na Avenida Orosimbo Maia, lá em Campinas. Recebeu no decorrer de sua vida várias homenagens e placas de agradecimentos.
Plínio Giometti faleceu na cidade de Campinas em 11 de outubro de 1990, com 80 anos de idade. Foi sepultado em Souzas, sua terra natal, junto aos seus familiares.
Biografia gentilmente cedida pelo Pró-Memória de Sumaré.